domingo, 1 de julho de 2012

Zona da Morte

ZONA DA MORTE.
CONTO: O Elevador
GÊNERO: TERROR/MONSTROS/APOCALIPSE




Zona da morte [Volume I]

O Elevador
   Até nos relatos imaginários, o humano se coloca em posição de superioridade, e combate todo ser cabível ao pensamento, para inexplicavelmente sair vitorioso, é ironia gastarem tempo destruindo o exterior, quando deviam se preocupar em deter a si mesmo, pois no topo dos males hediondos, está o pensamento.
   Em um mundo já caótico e dominado por abominações e insanidades, havia um local onde as feras dominavam, uma pequena cidade em quarentena onde pessoas se escondem em seus buracos que a muito tempo não o chamava de lar, quando a segurança de seus portões são quebradas, vemos seres selvagens, e escondido nas sombras de um apartamento abandonado, com medo de sua espécie e abominações tão pouco parecidas consigo, que em um flash de pensamento, releva a mente humana com um diferencial de carnificina.
   Por um momento, as cores do crepúsculo refletem em seus olhos uma fresta de esperança, que logo é sufocada pelo cataclismo de sangue, veneno e mal cheiro, a presença do outro é anunciada de longe, e servindo de sinal, os frágeis se escondem vendo os desistentes se entregarem, e em um buraco de elevador, fundo e escuro, que a muito o considerava-o ameaçador, passa a ser seu refugio, e por horas ele passa a observar as criaturas horrendas, com os batimentos acelerados, respiração ofegante, o ser preocupado acredita em estar em zona pacifica, e por ali permanece até os primeiros sinais do amanhecer.
   Foi necessário um grito para reacender os sinais de humanidade e sanidade, e o fazer sair de sua toca e entrar em áreas perigosas, correndo até rua pouco iluminada e procurando sinais do grito ensurdecedor, viu seus sentidos surgirem, e como consequência do medo, tentou ajudar em vão a pobre criança que jazia em bocas canibais, ele sabia que era o próximo e sabia o que deveria fazer, contra todos os critérios de sobrevivência, tentou atacar o agressor com um artefato pouco pontudo, ao dar desferir o primeiro ataque, sentiu, que diferente dos seus pensamentos heroicos  a carne era difícil de amaçar, ainda mais aquela carne não  humana, e  ele continuou.
   A pressão de sua força fez o inimigo ficar imobilizado, porém ele não conseguia de apaga-lo de vez, e viu em que reino estava, ele era a carne para canibais podres e famintos, que seus únicos objetivos eram procurar de carne frágil e fresca.
   Seu pensamento heroico e sua mente pouco insana sabia que para matar as criaturas deveria extinguir seu alimento, e um ato de coragem o fez correr, e passar o resto de sua ultima tarde matando seus iguais, e jogando brutalmente no buraco de elevador, que o agora considerava seu único abrigo e salvação.
   Seu corpo foi último a cair, com o ultimo pensamento na probabilidade de que os canibais iriam se extinguir, e humanos, mais covardes poderiam procriar, e a humanidade sobreviver mais uma vez, ele caiu, e enquanto seu corpo voava com um destino já definido, ele percebeu que já não era mais humano.
   E o milagre aconteceu outra vez, o corajoso assassino virou um herói desconhecido que jazia na escuridão do elevador, e  a humanidade continuou, e nada mais foi necessário para ela apodrecer.

S.G/

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